sábado, 31 de maio de 2008

Na moral.



O dano moral é fruto de um sentimento de dor sem reparação, angústia que desmotiva e desvaloriza as ações daquele que o sofreu; dano este individualizado, a ponto de ser considerado por uns e ignorado por outros.

Os mais conservadores tratam o dano moral como uma via desenfreada do enriquecimento ilícito, obtenção de lucros injustificados escondidos em uma maquiada dor apenas presumida e muitas vezes sem meios de comprovação. O legislador na maioria dos casos tem que buscar alternativas de provar que houve o dano através de testemunhas ou documentos, pois caso contrário ficaria a critério do velho bom senso.

Com a criação do Juizados Especiais Cíveis, ficou muito mais fácil para o cidadão invocar seus direitos e intimidar ações lesivas daqueles que constantemente as cometem, principalmente porque não gera custo algum ao bolso dos que querem as soluções para os seu problemas, diferentemente da justiça comum, tratando-se de um grande avanço na busca por resguardar a ordem e o bom andamento das relações interpessoais. Mas, como quase tudo nesta vida é uma via de duas mãos, junto às soluções vieram os problemas e o dano moral "atolou" o judiciário com reclamações absolutamente injustificáveis feitas por aqueles "espertinhos" que sempre tentam tirar proveito de bons caminhos, banalizando e desgastando esse grande instrumento da sociedade, fazendo valer o pensamento conservador anteriormente citado.

A moral do ser humano é algo muito complexo, a começar pela formação individual de cada um. Todos estamos cansados de saber que somos criados em berços distintos, por costumes e tradições distintas, por juízos de valores absolutamente pessoais, e assim analizando, como seria possível julgar um dano moral? Como seria possível estipular uma reparação através de indenizações financeiras? Como o dinheiro pode acalmar a dor, e quanto vale a sua moral?

Talvez o dizer: "O dinheiro faz sorrir" esteja certo, mas bincadeira à parte, não se criou método melhor para punir aqueles que ferem o íntimo do próximo. Eu discordo piamente dos que alegam uma fonte de enriquecimento ilícito através da indenização por danos morais, não vejo outra forma de reparação para o problema e ainda penso que é através do bolso que as pessoas sentem uma de suas maiores dores, daí pagando o que devem e proporcionaram de danoso.

Cabe a todos nós preservarmos esse importante legado de preservação da boa-fé e da convivência harmoniosa, cabe a todos nós não desgastarmos um direito por mera ganância, e sim desgastarmos este direito para ratificar o certo e mais tarde tornar o dano moral um "objeto em extinção" numa sociedade que aprendeu a se comportar - como diz o cantor Rogério Flausino: "Só na moral "!

segunda-feira, 26 de maio de 2008


Banalizar um ritual esvazia o significado.

O ser humano é fortemente influenciado pelos MITOS e os ARQUÉTIPOS de Jung. Desse pensamento, não temos duvidas. É só analisarmos a história do conhecimento da humanidade: representar as coisas, por símbolos, registrar os fatos do dia no desenho da caverna, dominar a fala e contar histórias foi o diferencial que garantiu que o conhecimento fosse compartilhado - para gerações futuras. Diante disso, vejamos como as pessoas criam as imagens idealizadas no mundo corporativo.

Quando o juiz veste a toga negra ele está revestindo de solenidade mítica a sua função de magistrado. É claro que ele poderia exercer sua função com apenas um terno preto. Mas a sua vestimenta diferenciada, o martelo de madeira que marca a última palavra, são símbolos que se comunicam com o emocional das pessoas e transmitem seus recados marcantes. O ser humano, por ser essencialmente simbólico e por se mobilizar pelas emoções, encontra nos mitos as premissas básicas que compõem a força da metáfora. As pessoas relacionam-se com o mundo pela via dos processos mentais da identificação, ou seja, criam rituais, práticas consagradas, com a força do simbólico. Portanto, um ritual significa a incorporação de um mito. E quando se banaliza o ritual, esvaziamos o significado do que está representado.

Depois dessa breve explanação, conseguimos observar e entender uma recente lei que obriga a execução do Hina Nacional em todas as competições esportivas que ocorrem no estado de São Paulo. Provavelmente, o deputado, movido por um furor cívico patriótico não considerou o ponto de vista da banalização pela repetição. Aquilo que deveria marcar com solenidade o evento especial passou a vulgarizar um recurso de alta força simbólica, por torná-lo corriqueiro. A ignorância e a visão parcial têm o poder de arruinar qualquer boa intenção. O Hino é cantado e o seu significado esquecido. A compulsão repetitiva é uma ação vazia. Repetimos porque não lembramos porque fazemos. Não lembramos porque não elaboramos o motivo que nos faz precisar fazer.

Mais uma vez, a nossa "elite" brasileira se preocupa com a parcialidade, deixando de fazer aquilo que deveria ser feito. É mais fácil e sobra mais dinheiro no bolso dos corruptos apagar o incêncio com balde do que solicitar a presença dos bombeiros.
O ser humano é inteligente o bastante para inventar justificativas para salvar idéias que nos são caras.

ACORDEM E PROGRESSO BRASIL...

Uma olhadela na revista: PSÍQUE.

domingo, 25 de maio de 2008


Quem apostaria na ficha vermelha 2?!

No país do jogo, onde as apostas são rápidas e as estratégias minunciosamente planejadas, o inglês "sambou" na frente do Brasil. À frente estava Felipe Massa, apostando toda sua vantagem e sorte de largar na pole, independentemente, de gostar ou não de jogar em Mônaco. Dentre toda a beleza e o charme do circuito as curvas apertadas, com o ballet da chuva, ditavam o ritmo, os erros constantes e os abandonados daqueles que não conseguiam dominar as baratas motorizadas. O domingo foi um verdadeiro jogo de grandes apostas e, a Ferrari, justamente com a ficha vermelha 2 em que as expectativas eram enormes para um grande limpa na mesa, saiu do jogo pobre de pontos por uma infantilidade na combinação das cartas. O curioso foi ver os amadores - aqueles que correm lá atras - não tomarem conhecimento do potencial dos grandes adversários, partindo logo para o ataque. Vejam só, o Rubinho, que estava há mais de 22 rodadas zerado conseguiu arrumar uns trocados. Mônaco sempre será um grande espetáculo!

Quem saiu ganhando na história? Difícil opinar, pois, as caixas registradoras estão com pouquíssima diferença de saldo!

Confira o resultado do GP de Mônaco de Fórmula 1:

1 - Lewis Hamilton (ING/McLaren)
2 - Robert Kubica (POL/BMW) - a 3s
3 - Felipe Massa (BRA/Ferrari) - a 4s8
4 - Mark Webber (AUS/Red Bull) - a 19s2
5 - Sebastian Vettel (ALE/Toro Rosso) - a 24s6
6 - Rubens Barrichello (BRA/Honda) - a 28s4
7 - Kazuki Nakajima (JAP/Williams) - a 30s1
8 - Heikki Kovalainen (FIN/McLaren) - a 33s1
9 - Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari) - a 33s7
10 - Fernando Alonso (ESP/Renault) - a uma volta
11 - Jenson Button (ING/Honda) - a um volta
12 - Timo Glock (ALE/Toyota) - a uma volta
13 - Jarno Trulli (ITA/Toyota) - a uma volta
14 - Nick Heidfeld (ALE/BMW) - a quatro voltas
15 - Adrian Sutil (ALE/Force India) - abandonou
16 - Nico Rosberg (ALE/Williams) - abandonou
17 - Nelsinho Piquet (BRA/Renault) - abandonou
18 - Giancarlo Fisichella (ITA/Force India) - abandonou
19 - David Coulthard (ESC/Red Bull) - abandonou
20 - Sebastien Bourdais (FRA/Toro Rosso) - abandonou

Uma ótima semana a todos.

terça-feira, 20 de maio de 2008

O circo está armado !

CPMF, a saga continua...
Sinceramente não dá vontade nem de protestar, mas algo maior que minha vontade impera dentro de mim e clama por uma posição a respeito. Porém, antes eu gostaria de comentar a retirada da Medida Provisória 430 editada semana passada pelo presidente Lula e já excluída de cena sem que ao menos desse tempo do povo tomar conhecimento. Essa medida dava direito a um crédito extraordinário de R$ 7,56 bilhões para reajustes salariais de servidores públicos, mas o Senado protestou, alegou inconstitucionalidade e o governo cedeu, voltou atrás.
O que me deixa profundamente irritado não é a discussão a respeito da constitucionalidade ou nao da MP, mas a banalidade com que manejam a constituição, modificando-a como se a mesma fosse um livro de receitas, à mercê das gracinhas governistas ou pressões da oposição. O curioso é que todo presidente ao tomar posse do cargo jura cumprir a constituição e no dia seguinte, da maneira mais imediata possível ja inventa, isso mesmo, INVENTA uma MP, parecendo um cachorro querendo deixar sua marca, sedento por marcar território! Constituição Federal não é território de ninguém senhores, é garantia de todos nós pessoas corretas de defender, exigir e fazer o que é certo.
Voltando à CPMF, nossos líderes governistas selaram um acordo para a volta do velho imposto. (Eles não param de trabalhar!)
É a velha prostituição dos parlamentares vindo à tona, a velha negociata, a velha surpresa apresentada ao povo, os velhos argumentos, o velho verbo PREJUDICAR entrando em cena nos nossos bolsos. Os mesmos oposicionistas que "martelaram" o fim do imposto hoje se reuniram com a base governista em um almoço em que o prato principal foi o dinheiro do contribuinte, aparecendo de volta como num passe de mágica com aqueles " 0, alguma coisa % " agora correspondentes a 0,10% que reza a lenda serão destinados à programas de saúde.
"Agora o mosquito da dengue pode começar a se preocupar. hahahahahahaha! Quem dera"
O circo está armado povo brasileiro, na verdade os donos do circo é que estão, os palhaços trabalham e pagam além da conta, coagidos claro, e a hora que a lona pegar fogo eu quero ver a solução mágica que surgirá. Afinal, se faz muita coisa com 9 dedos.

Por uma posição melhor.

Na ansiedade de levar a mulher para a posição horizontal no final da noite, muitas vezes, o homem acaba caindo da cama. As sequelas do tombo são insignificantes para com a velocidade em que se acaba matando o passarinho solitariamente no banheiro. É claro, que nem sempre é assim e que a contagem numérica – 5 contra 1 – depende muito da quantidade e qualidade do papo: pré-cama. A ansiedade de se chegar rapidamente ao pote é o botão emocional que, geralmente, faz o homem aplicar goleadas no final da noite – 5 contra 1. Paradoxalmente, essa condição de goleada sexual não é tão prazerosa como ver seu time ganhar do maior rival. Pelo contrário, ganhar humildemente de – 1 a 0 - faz você gozar realmente a vida.

Dentre as tantas goleadas e os resultados “magros”, outro efeito interessante merece nossa reflexão sobre como tentar apreciar o belo violão das mulheres. Penso que o efeito dominó explica muito bem a origem de tudo e o porquê das inúmeras maneiras de falar tchau da sua amada no portão da casa dela. Vamos ao jogo! A primeira peça é empurrada no momento em que você a pega em casa. Daí em diante você já sabe, uma vai batendo na outra até chegar a última peça. Muito bem, vamos derrubando uma de cada vez. Então você pega ela, leva no cinema – segunda peça – depois do cinema o primeiro restaurante da esquina sempre está de portas abertas para a fome de vocês – terceira peça. “Saciada” a fome vocês partem para o doce – quarta peça – e aí, vai de picolé ao doce mais caro que ela sempre gosta de comer quando está com você. O jogo continua e o diminó vai se desintegrando entre uma curva e outra e, na hora do vamo ver, a última peça balança, balança, balança...

Eu te pergunto: seu pai é banqueiro?? É meus amigos, começam os conflitos piscológicos nessa hora. Você pergunta, eu paguei tudo e ela não vai me dar amor? E, ela pensa, só porque ele pagou ‘tudo’ ele acha que eu tenho que dar o amor que ele pensa que merece? Dentre as perguntas e os pensamentos, não devemos esquecer daquilo que se chama AMOR. Embora, hoje, o amor não saiba onde ficar entre as quatro paredes. É um outro assunto...

Mas, meninos, caso a noite caminhe pelo lado perverso, não se esqueçam de examinarem certinho, pois, o atacante veio mostrar que não é só zagueiro que toma bolada.

sábado, 17 de maio de 2008

A SEGUNDA CHANCE!


A segunda chance....

Será que a Câmara dos deputados, Senado e Presidente da República acertaram em aprovar o projeto que acaba com o segundo julgamento para réus sentenciados a mais de 20 anos de prisão? A alegação é que agora o processo se tornará mais célere e sem distorções estando o Juiz tranquilo para aplicar a pena que for conveniente ao réu sem ter que se preocupar com o segundo julgamento, possíveis reduções de pena ou das punições.

Pra mim, está errado! Justamente pelo tamanho da pena (20 anos) é que o processo e seus componentes deveriam ser apreciados em uma segunda oportunidade dando ao réu a chance de provar de alguma maneira que a primeira condenação foi desproporcional.

20 anos não são 20 dias ou 20 meses. 20 anos são duas décadas, e atrás das grades se torna um século. É claro que eu não defendo um enfraquecimento punitivo daqueles que merecem ser punidos, defendo uma maneira que faça valer a verdadeira justiça aplicada ao homem pelo homem.

Recentemente o fazendeiro Vitalmiro Moura, o Bida, acusado de ser o mandante do assassinato da missionária Dorothy Stang foi absolvido no segundo julgamento após o pistoleiro que dizia-se contratado por ele entrar em contradição voltando atrás dizendo ter agido por conta própria. No primeiro julgamento Vitalmiro havia sido condenado a 30 anos de prisão, fato que lhe deu o direito de ser julgado novamente. Se atualmete, o fazendeiro não teria essa segunda chance e estaria cumprindo sua pena.

Eu não sou Juiz de direito, tampouco estou a par do procedimento investigativo envolvendo o crime contra a missionária americana e muito menos desconheço a situação "pega-pra-capar" no estado do Pará, mas com certeza houve na época do primeiro julgamento muita pressão dos meios de comunicação, comunidades internacionais, direitos humanos e apelo populacional para que cabeças rolassem e "justiça" fosse feita. Porém, a justiça deve ser feita sem fatores externos influenciando e de maneira mais sóbria e técnica possível.

Novamente citando o caso atual de maior repercussão nacional, o caso Isabella, eu tenho certeza absoluta que o casal acusado será massacrado e cumprirão um bom tempo de carceragem, deixando de lado a análize técnica e tudo mais, atendendo ao apelo de todos que evidenciam e agigantam este caso. Prova disso foi a decisão negativa do STJ em conceder o Habeas Corpus a Alexandre Nardoni e Ana Jatobá, que na minha opinião foi puramente por pressão e medo do desembargador encarregado.

Bom, talvez eu possa estar errado, mas a justiça se torna nada mais nada menos do que arbitrária com a aprovação da lei que extingue o segundo julgamento, fosse a intenção acelerar o procedimento, o caminho não é este e sim, uma reestruturação por completa deste poder tão importante e saturado!


sexta-feira, 16 de maio de 2008



O poder do zero - grátis - e a Coca-Cola!

No começo do ano fomos presenteados com duas ótimas fontes de inspiração e tendências que levavam como tema principal “o poder do grátis na nova economia”. A primeira delas é o site Trendwatching.com, que mostrou no seu “briefing” de março uma análise interessante sobre como diferentes empresas estão usando este conceito para gerar proximidade e alavancar os seus negócios. A segunda é a revista Wired que trouxe o tema na capa. Chris Anderson afirma que a internet cria a economia do gratuito. Afinal, você não "paga" nada para ler esse texto!
Agora, vamos observar microscópicamente essa tendência - zero - relacionada a "Coca-Cola Zero". Antes de levarmos alguns pontos sobre o número zero devemos levar em consideração esses pensamentos cognitivos: Tversky e Kahneman, duas autoridades no mundo comportamental, pregam que "muitas decisões são baseadas em crenças sobre a probabilidade a respeito dos eventos incertos". E mais, "não temos aversão a risco e sim a perda, porque a perda é uma frustação". Faça o seu teste de risco aqui! Feito isso, vamos entender tudo aquilo que tem por traz do hipnótico zero - grátis. Segundo Dan Ariely, em seu provocativo livro 'Previsivelmente Irracional', o zero não é simplesmente mais um preço. Zero é um botão emocional - uma fonte de empolgação irracional. Quantas vezes você já deixou de levar um produto bom para levar um inferior só por causa do chamariz grátis? Uma, duas, três vezes? É interessante analisar esse nosso comportamento na hora de decidir o que comprar! Mas, retornando a - aversão a perda - conseguimos entender melhor porque tanto fascínio ao zero - grátis. A maioria das transações tem um aspecto positivo e negativo, mas quando algo é grátis, esquecemos o negativo. Não existe possibilidade visível de perda quando escolhemos alguma coisa grátis, ou seja, o risco, vejam só, passa a ser zero. No entanto, você me pergunta: e o que tudo isso aí tem a ver com a Coca-Cola? Eu te respondo que é agora que a coisa vai começar a ficar legal!
Vamos esquadrinhar aqui somente o número zero, sem levar em consideração sabor, sensação de transferências e entre outros artíficios psicológicos. Os fabricantes de alimentos são obrigados a fornecer todos os tipos de informações na lateral da embalagem. Calorias, teor de gordura, fibra etc. Será possível que a mesma atração que sentimos pelo preço zero poderia aplicar-se também a zero calorias, zero gorduras trans, zero carboidratos etc.? Aqui já recomendo que você faça uma reflexão sobre o sucesso da "Coca zero" em relação a "Coca Light". É verdade que a "Coca zero" ganhou espaço definitivamente no mercado e, consequentemente, o paladar dos consumidores -lembre-se que não estamos julgando sabor. Sendo assim, vamos analisar a seguinte experiência:
Vamos supor que estamos em um bar batendo um papo com os amigos. Os refrigerantes de uma marca não têm calorias e as de outra marca têm três calorias. Qual marca o fará achar que está bebendo um refrigerante realmente light? Mesmo que a diferença entre dois refrigerantes seja desprezível, o refrigerante com zero caloria - nesse caso, Coca zero - aumentará a sensação de estar fazendo o que é certo para a saúde. Talvez se sinta tão bem que até peça uma porção de fritas.
Portanto, além do sabor, o que tem por traz da "Coca zero"? Será que o zero influencia em alguma goladas a mais de venda? E, será que ele também 'ameniza' a sua culpa de saúde?
Fontes:
- Livro: Previsivelmente Irracional, Dan Ariely.
- Blog: updateordie.com

quarta-feira, 14 de maio de 2008


"Vida identificada".

O texto abaixo é um comentário que fiz no blog finanças comportamentais - que por sinal é muito bom - quando me deparei com uma análise curiosa:

"qual a razão do impacto da morte de um bebê chamado Jessica enquanto 800 mil pessoas foram mortas em Darfur em cem dias e isso não trouxe impacto na opinião pública. (Parece com o drama da morte de Isabella, atualmente no Brasil)".

Eis o meu comentário:

Além de toda manipulação midiática dos veículos de comunicação, o caso Isabella pode apoiar-se em duas distinções: "vidas identificadas" e "vidas estatísticas". Robert Frank afirma que por alguma razão, supõe-se que nos importemos mais com vidas identificadas do que com vidas estatísticas e, de alguma maneira, supõe-se que tudo isso seja uma justificativa para dar aparelhos de respiração artificial às pessoas quando elas preferem leite.

Agora, a distinção entre uma vida estatística e uma identificada é incoerente. Acabei de ouvir no noticiário que uma menina acaba de ser jogada do 6 andar. No momento, não sei nada sobre essa menina, portanto, suponho que ela represente uma vida estatística. Quando essa vida se torna identificada?

Muitas questões envolvidas, muitos incensos podem ser queimados mas uma coisa é certa: um espetáculo midiático para direcionar a manada que nunca sabe o quer. Aí fica fácil, né?!

terça-feira, 6 de maio de 2008

+ 300 = -300


(Bispo denuncia que há 300 pessoas "marcadas para morrer" no Pará.)
Se existe um lugar que me assusta dentre os vários neste vasto território tupiniquim, podem ter certeza que é o estado do Pará.
Terra de desbravadores, grileiros, índios, missionários, latifundiários, peões, capangas, famílias, sitiantes, garimpeiros... terra de ninguém!
300 cabeças em formato de alvos, 300 cabeças temerosas, corajosas e até mesmo desavisadas, 299 cabeças à mercê de meia dúzia de cabeças, à mercê dos "mercê-nários", das canetas jurisdicionais, da piedade alheia...
Desta vez "a treta" não é agrária, é do departamento "Relações Sociais"; Tráfico de seres humanos, exploração sexual de crianças e adolescentes e pedofilia. 298 cabeças que denunciam, 298 cabeças que não toleram o intolerante, 297 cabeçudos que insistem em não trazer o progresso mercantil e o desenvolvimento do turismo europeu no país.
296... 295... "Corram! não vai sobrar ninguem!" 294... 293..."Usem a cabeça, e as pernas também"! 292... 291...
Welcome to Pará; "Vermelhou o curral..." Já dizia Fafá de Belém, e vermelhou mesmo.
Salvem suas cabeças!

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Dá pra liberar geral?


Essa semana foi divulgada a " Marcha da maconha" em alguns estados. Uns permitiram, outros preferiram proibir, houve discussão, era Art. 5º pra cá, anarquia e apologia às drogas pra lá...O país é uma federação e nem para discutir a realização de uma marcha protagonizada por uma molecada com o intuito de cutucar o governo há concenso... Eis que surge a questão:

Dá pra liberar geral?
Parar o tráfico e fazer o ilegal ficar legal?
Dá pra liberar geral?
Comprar maconha como atitude normal?
Dá pra liberar geral?
O traficante desempregado ou empresário comercial?
Dá pra liberar geral?
Transformar a magia do ilícito num ato banal?
Dá pra liberar geral?
E aí, dá ou não dá?

Se dá ou não eu acredito que nunca saberemos! Pessimismo? Não; realismo!

Alguém ja se deu ao trabalho de assistir à Tv Senado ou a Tv Câmara? A bagunça é maior que em culto de exorcismo, não se discute nada apenas se diz: " Se nenhum dos nobres representantes do povo quer discutir o assunto em pauta, o mesmo será encaminhado para votação." Enquanto isso, o traficante ganha rios de dinheiro, a criança é corrompida, o viciado se esconde, o pessoal faz a marcha, o morro pega fogo e a "bala come"!
Então, intelectuais da causa; "Marcha da maconha", façam sua marcha sim, mas no lugar certo; na rampa da Câmara do Deputados ou Senado federal, pois ao menos Suplicy e Gabeira encontrariam cada um em seu respectivo covil uma forma de colocar em pauta interesses pessoais que também fossem uma causa de um grupo de pessoas, povo brasileiro, que se veste de verde e am...ops! Verde, apenas verde!



quinta-feira, 1 de maio de 2008

Discussão de boteco!


Há mais de uma semana anúncios de TV no intervalo das programaçoes estão sendo exibidos abordando o parecer das empresas e escritórios de publicidade sobre um possível banimento da publicidade de bebidas alcoólicas com o seguinte bordão: " Não se pode responsabilizar uma maioria que respeita as leis, mas sim, uma minoria que viola estas leis ".

No caso, a maioria são os publicitários e pessoas que trabalham com a propaganda, e a minoria pessoas tomadas pelo efeito do alcool que devido a isso acabam gerando trastornos.

Acontece que como o próprio nome sugere, a propaganda propaga e te atinge tão em cheio quanto a bela retaguarda da Juliana Paes tomando aquela cerveja gelada, suada e carregada tesão..."e você aí mané, vai ficar olhando???"

É claro que nao! O mané vai logo pro boteco mais próximo como se houvesse uma Juliana Paes dentro de cada garrafa, e a cada gole mais coragem, e mais coragem, e mais um gole...VRUmmmmmm,,,rrrRRRRRRRR,,, CRASHHHHH BUM!!!.... mais uma vítima do alcool!!... Não da Juliana Paes ou dos mestres publicitários, mas do alcool!

O fato é que sem a publicidade ou no mínimo um controle de horários estipulados para sua exibição, a Juliana Paes e todo o ar da sua graça não venderiam este prazer, beberia aquele que realmente fizesse a opção de beber, como ocorre com a propaganda de cigarros no Brasil proíbida por lei e acompanhada de satisfatórios índices de redução do consumo. Há algo por trás de tudo isso, há algo por trás da Juliana Paes e eu não me refiro ao que vocês estão pensando, é algo mais forte que eu, você e vossa vontade: Dinheiro, altas cargas de tributos e pagodinhos, altas doses de 51 motivos para dizer que este discurso não desce redondo e que na BOA, deixa a Juliana trabalhar em paz!

Mas eu tenho dito, senhores publicitários como vocês mesmos me ensinaram na propaganda da Nova Schin: " Pega Leve ", porque o alcool pega pesado.