quarta-feira, 14 de maio de 2008


"Vida identificada".

O texto abaixo é um comentário que fiz no blog finanças comportamentais - que por sinal é muito bom - quando me deparei com uma análise curiosa:

"qual a razão do impacto da morte de um bebê chamado Jessica enquanto 800 mil pessoas foram mortas em Darfur em cem dias e isso não trouxe impacto na opinião pública. (Parece com o drama da morte de Isabella, atualmente no Brasil)".

Eis o meu comentário:

Além de toda manipulação midiática dos veículos de comunicação, o caso Isabella pode apoiar-se em duas distinções: "vidas identificadas" e "vidas estatísticas". Robert Frank afirma que por alguma razão, supõe-se que nos importemos mais com vidas identificadas do que com vidas estatísticas e, de alguma maneira, supõe-se que tudo isso seja uma justificativa para dar aparelhos de respiração artificial às pessoas quando elas preferem leite.

Agora, a distinção entre uma vida estatística e uma identificada é incoerente. Acabei de ouvir no noticiário que uma menina acaba de ser jogada do 6 andar. No momento, não sei nada sobre essa menina, portanto, suponho que ela represente uma vida estatística. Quando essa vida se torna identificada?

Muitas questões envolvidas, muitos incensos podem ser queimados mas uma coisa é certa: um espetáculo midiático para direcionar a manada que nunca sabe o quer. Aí fica fácil, né?!

Um comentário:

Alexandre pacu disse...

é verdade meu caro.... se pegassem o quer-quero que levou uma bolada no domingo e desse a ele um nome contando toda sua trajetória de vida desde o ovo até suas viagens migratórias, a vida dele valeria mais do que a de um qualquer espancado na porta do estádio! ( o qualquer: estatistica)

bem dito!