segunda-feira, 26 de maio de 2008


Banalizar um ritual esvazia o significado.

O ser humano é fortemente influenciado pelos MITOS e os ARQUÉTIPOS de Jung. Desse pensamento, não temos duvidas. É só analisarmos a história do conhecimento da humanidade: representar as coisas, por símbolos, registrar os fatos do dia no desenho da caverna, dominar a fala e contar histórias foi o diferencial que garantiu que o conhecimento fosse compartilhado - para gerações futuras. Diante disso, vejamos como as pessoas criam as imagens idealizadas no mundo corporativo.

Quando o juiz veste a toga negra ele está revestindo de solenidade mítica a sua função de magistrado. É claro que ele poderia exercer sua função com apenas um terno preto. Mas a sua vestimenta diferenciada, o martelo de madeira que marca a última palavra, são símbolos que se comunicam com o emocional das pessoas e transmitem seus recados marcantes. O ser humano, por ser essencialmente simbólico e por se mobilizar pelas emoções, encontra nos mitos as premissas básicas que compõem a força da metáfora. As pessoas relacionam-se com o mundo pela via dos processos mentais da identificação, ou seja, criam rituais, práticas consagradas, com a força do simbólico. Portanto, um ritual significa a incorporação de um mito. E quando se banaliza o ritual, esvaziamos o significado do que está representado.

Depois dessa breve explanação, conseguimos observar e entender uma recente lei que obriga a execução do Hina Nacional em todas as competições esportivas que ocorrem no estado de São Paulo. Provavelmente, o deputado, movido por um furor cívico patriótico não considerou o ponto de vista da banalização pela repetição. Aquilo que deveria marcar com solenidade o evento especial passou a vulgarizar um recurso de alta força simbólica, por torná-lo corriqueiro. A ignorância e a visão parcial têm o poder de arruinar qualquer boa intenção. O Hino é cantado e o seu significado esquecido. A compulsão repetitiva é uma ação vazia. Repetimos porque não lembramos porque fazemos. Não lembramos porque não elaboramos o motivo que nos faz precisar fazer.

Mais uma vez, a nossa "elite" brasileira se preocupa com a parcialidade, deixando de fazer aquilo que deveria ser feito. É mais fácil e sobra mais dinheiro no bolso dos corruptos apagar o incêncio com balde do que solicitar a presença dos bombeiros.
O ser humano é inteligente o bastante para inventar justificativas para salvar idéias que nos são caras.

ACORDEM E PROGRESSO BRASIL...

Uma olhadela na revista: PSÍQUE.

Um comentário:

Alexandre pacu disse...

essa é verdadeira!!
e o pior de tudo é escutar o Luciano do Vale todo domingo reclamando porque so tocaram a primeira parte do hino,,,ou porque tocaram as duas e o ritual se torna prolongado, etc....